sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Sobre dever

dever1
de.ver1
(lat debere) vtd 1 Ter obrigação de: Todos nós devemos trabalhar. vtd 2 Ter por obrigação: Trato-o com a consideração que lhe devo. vtd 3 Ser devedor de uma quantia ou valor: Já me deve quarenta dólares. vint 4 Ter dívidas: Ele deve muito. vtd 5 Estar em agradecimento de: Muito lhe devo por esse favor. vtd 6 Ter intenção de: Devo ir a São Paulo amanhã. vtd 7 Ter de: Deves esquecer até os nomes dos prazeres e vícios. vti 8 Ser provável: Ele devia de estar distraído, porque não nos viu. vpr 9 Ter algum compromisso moral de dar-se, consagrar-se, aplicar-se (a alguém ou a algum mister): Você se deve à sua família e à sua pátria. Dever a Deus e a todo o mundo: dever a muita gente. Dever a vida a: ter sido salvo da morte por. Dever obrigações a: dever favores, serviços a. Dever os cabelos da cabeça, ou os olhos da cara: dever muito.

dever2
de.ver2
sm (de dever1) 1 Obrigação de fazer ou deixar de fazer alguma coisa, imposta por alguma lei, pela moral, pelos usos e costumes, ou pela própria consciência. 2 Em sentido absoluto, conjunto das obrigações: Ser fiel ao dever. sm pl Obrigações prescritas pela lei, pela moral, por um contrato etc. Dever de consciência: aquele que deriva da noção que o homem deve ter do que é bom e justo. Dever de honra: o que resulta das leis e convenções esta­be­lecidas pela sociedade.

(Fonte: Dicionário Michaelis)

    Me sinto uma eterna devedora. Devo atenção, afeto, companhia, bate-papo. Devo aos meus pais, meus filhos, meus avós, que já estão velhinhos e que eu não terei muito tempo para "paga-los". Devo aos amigos, devo a minha cachorra. Devo às minhas unhas, aos meu cabelos, à minha pele. Aos meus pulmões, ao meu estômago. Fico pensando se este sentimento é comum, pois no mundo de hoje, é difícil ver alguém que nunca tenha deixado algo pra depois, ou pra trás. Outro dia, sendo abraçado por um amigo querido, após uma festa, onde nos divertimos bastante, ele se desculpava pela ausência, pelo tempo que passamos sem nos ver. E aí eu disse: meu querido, não se culpe, nunca, pois não somos nós que levamos a vida, é ela quem nos leva. Se planejamos ou não, se há intensão, vontade, não importa na verdade, pois as coisas simplesmente são deixadas pra depois por força maior. E a vida será isso mesmo? Deixar pra trás, pra depois, pra amanhã as coisas que consideramos importantes, prazerosas? E tudo isso fica pra depois pelo simples fato de não temos tempo para elas. E não temos tempo para elas por que estamos buscando tempo para elas. Um paradoxo cruel. Faz dias que tenho pensado nisso, que tenho tido vontade de escrever sobre isso, de externar meus sentimento de culpa. A vida vai passando, vamos envelhecendo, perdendo oportunidades de viver, por trabalharmos para viver. Meu trabalho hoje ocupa, pelo menos metade do meu tempo. Me proporciona a vida báscia: comer, tomar banho, ter TV, etc. Não me dá prazer. Não sinto orgulho do que faço. Busco, sim, uma melhora nesse sentindo: pretendo voltar a estudar, me capacitar numa área que eu goste, pois é isso né: trabalhamos para viver e vivemos para trabalhar, por isso, essa matemática tem que ser diferente. O trabalho deve ser algo prazeroso, que nos dê orgulho, pois só assim, eu acho, nos livraremos do sentimento de dever. Será?

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